Muitas pessoas com mais de 50 anos de idade podem notar alguma dificuldade de memória.
Uns pensam “Será Alzheimer?
Mas tão jovem assim?!”.
Outros ponderam: “Deve ser apenas estresse e cansaço…” – os quais, de fato, levam a problemas cognitivos. Mas se a queixa for duradoura ou intensa, vale a pena uma avaliação médica a fim de se investigar a possibilidade de um problema chamado Comprometimento Cognitivo Leve (CCL).
Esta condição médica recebe cada vez mais atenção, pois atinge até 20% das pessoas com mais de 65 anos. Trata-se de um déficit de memória, mas que também pode afetar outras áreas da cognição (habilidades verbais, concentração, cálculo etc.); no entanto, não chega a comprometer o dia-a-dia de modo significativo, como acontece no Alzheimer. A pessoa percebe que está diferente do habitual, mas é capaz de manter as suas atividades habituais.
Por isso, além de um exame médico minucioso, o neurologista deve avaliar a necessidade de completar a investigação com exames de sangue, Ressonância Magnética do cérebro, avaliação neuropsicológica ou outros instrumentos. Se for bem analisado e dependendo da sua origem, o CCL pode ser atenuado ou mesmo revertido. Por exemplo, mesmo a depressão pode simular sintomas cognitivos semelhantes; e pode ser facilmente tratada com um período de antidepressivos ou psicoterapia.
A BOA NOTÍCIA:
Uma vez identificado esta condição, podem ser instituídas uma série de medidas para evitar a sua progressão; muitas delas incluem os mesmos itens que combatem o infarto do coração (cuidados com alimentação, atividade física e até com a qualidade do sono). Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor; afinal, mesmo que se trate de uma doença degenerativa, muitas pesquisas mostram que esta fase inicial é precisamente o “momento de ouro” para se atuar, quando muita coisa ainda pode ser feita!
Então, se há dúvidas, procure um neurologista de confiança, pergunte se há a real necessidade de usar algum remédio e peça orientações sobre mudanças de hábitos e possíveis atividades intelectuais que estimulem o bom funcionamento do cérebro.
Dr Henrique Cal – Neurologista do Instituto Clinics
31/07/2018