O câncer gástrico é o quinto mais comum tipo de câncer globalmente e representa a terceira causa de morte por câncer.
O alho vem sendo estudado por suas propriedades antimicrobianas, antifúngicas, anti-hipertensivas e hipoglicemiantes.
Estudos experimentais e em humanos tem sugerido que os compostos organosulfurados presentes em sua composição tem a capacidade de afetar a carcinogênese e de influenciar os processos fisiológicos que afetam o risco de desenvolver o câncer. Alguns estudos tipo caso-controle publicados têm apontado uma relação inversa entre o consumo de alho e o risco de câncer de estômago.
Este estudo investigou, através da análise de questionários, a associação entre diferentes frequências de consumo de alho e o risco de desenvolver câncer de estômago em duas grandes coortes americanas prospectivas, além de ter avaliado a associação entre o consumo de alho e a infecção por Helicobacter pylori (HP).
A análise multivariada de ambas as coortes após ajuste por idade não mostrou associação estatisticamente significativa entre o consumo de alho e o risco de câncer gástrico, tanto para tumores localizados na porção proximal quanto na distal do órgão.
Da mesma forma, não houve associação entre consumo de alho e infecção por HP, o qual é apontado como o principal determinante do câncer de estômago.
Dessa forma, os autores não encontraram evidências de que o alto consumo de alho é capaz de reduzir as chances de desenvolvimento de câncer de estômago. Mais estudos são necessários para que conclusões definitivas possam ser feitas sobre essa associação protetora.
Dr Flávio Sabino – Cirurgião do Câncer de Estômago e Esôfago